No jantar de ontem percebi que embora o passeio de dromedário tivesse sido emocionante, tinha ficado a vontade de subir a grande duna com os Jeep! Após acertar detalhes com o guia, lá combinámos encontrar-nos, novamente madrugando, às 6:00 à porta do Tombouctou.
Aproveitando a areia dura da humidade da noite, chegámos num instante à subida em que se tinha de dar gás, gás, mucho gás!
Chegados ao topo, pudémos desta feita, ver o sol a nascer, no mesmo local onde no dia anterior tinhamos visto o ocaso.
Para os que lá andaram, mais parecia que já faziam dunas desde sempre tal era a forma como abordavam as dificuldades, sempre com a dose certa de acelerador!
O sol ainda está a subir e nós já de partida para um dia que ainda seria muito longo. Até Dades ainda falta muito… e com duas gargantas pelo meio, bem como o ponto mais alto (em altitude) da expedição, quase a tocar nos 3000 metros.
A passar Rissani havia um tilintar na frente do meu Jeep que não desaparecia. Após verificar, constato que o suporte do amortecedor de direção havia rompido pela soldadura e seria necessário visitar mais uma oficina. Erfoud seria a próxima paragem!
Enquanto uns aproveitaram para ir à oficina, outros passearam pela cidade onde acabámos por almoçar. Ainda bem que fui visitar o mecânico, que como o Gordito de Zagora, também se chama Mohamed, porque o resultado de ter andado à vontade até perceber que tinha o suporte danificado, foi um pendural partido e a ponta do amortecedor de direção torcido. Tudo foi reparado à boa maneira marroquina.
Na paragem em Erfoud deu até para conhecer um amigo do Facebook do Jeep Club Portugal, o Hamid Alma Nomada.
Já “almoçados” seguimos para Tinerhir, onde entrámos nas bonitas Gorges du Todra. A paisagem corta a respiração e faz disparar as máquinas fotográficas…
Após o percurso sinuoso que caracteriza esta zona, agora já asfaltada, entrámos em pista na direção de Dades. Os primeiros kilómetros fizeram-se sem sobresaltos e em pista bastante rolante, mas tinha informações de que estreitaria e se viria a tornar lenta, mas extremamente bela. E foi!
Tornou-se ainda mais estreita, porque apanhámos em sentido contrário um rally com motas, quads, jipes e buggys de diversas nacionalidades. Atravessámos rios, subimos e descemos as montanhas que separam as duas gargantas.
Todos os Bravos estiveram à altura, não baixando o ritmo, que se precisava animado para não terminarmos a pista de noite.
Foi já no cair da noite que começamos a nossa descida para Dades, mas ainda deu para perceber que mais uma vez, a paisagem era de tirar o fôlego. Não há problema, daqui a dois dias passamos aqui outra vez!
Na chegada ao Xaluca ainda deu para fazer navegação à vista, por atalho entre as habitações, mas valeu a pena!
P.S. A reparação marroquina estava paga! A soldadura não cedeu e o pendural estava intacto.