Embora a sensação de “está a acabar-se” esteja já a dominar as cabeças (pelo menos a minha), temos hoje um dos dias mais duros da expedição, no qual não pode haver atrasos nem percalços…
São praticamente 500km até Fes, num misto de estrada e pista (muita pista), em que atravessaremos todo o Médio e Alto Atlas. Hoje é mais um dia em que a paisagem altera brutalmente à medida que progredimos no terreno. É caso para pensar que ainda há dois dias estávamos na aridez do deserto de dunas e agora estamos a navegar por entre montanhas com rios e margens verdejantes lá em baixo, traços de linhas de água bem largas e evidências de grandes cascatas (no inverno).
A pista é belíssima e claramente pouco visitada, dada a indiferença e perplexidade dos povos das regiões que atravessamos. Melhor assim!
Chegámos a Imilchil por volta da hora prevista, a partir daqui só teríamos asfalto e estava praticamente assegurada a nossa chegada a Fes ainda de dia. Almoçamos num restaurante local, uma série de “coisas” grelhadas no carvão (os Bravos não ficaram indiferentes aos cheiros libertados aquando da passagem à frente do local e a paragem foi inevitável).
O resto do percurso foi bastante bonito com lagos, uma cidade (Ifrane) que mais parecia Suiça, uma floresta com cedros gigantes e macacos… mas infelizmente já nos tinhamos despedido das pistas!
A azáfama de Fes em hora de ponta não intimidou os Bravos que adotaram desde logo a condução à Marroquina e a chegada ao hotel foi fácil. Amanhã é outro dia e está-se mesmo a acabar…